terça-feira, 14 de agosto de 2012

Flash fotográfico pode danificar obras de arte: mito ou realidade?

Se você já foi a um museu ou uma exposição de arte, provavelmente se deparou com avisos do tipo “proibido fotografia com flash” ou mesmo “proibido fotografar”. A ideia de que flashes fotográficos podem danificar pinturas e outras obras de arte parece aceitável à primeira vista, mas será que é verdadeira?



Um dos estudos que deram origem ao mito foi realizado em 1995 pela Galeria Nacional da Inglaterra, em Londres. Para analisar os possíveis danos, pinturas comuns foram expostas a três tipos de luz: dois flashes poderosos (sendo que um teve seu filtro de ultravioleta removido) e uma iluminação artificial constante, similar à de um museu verdadeiro.
Durante alguns meses, os flashes eram disparados a cada sete segundos. Depois de milhões de disparos, algumas das pinturas expostas ao flash não filtrado mostraram pequenas (mas visíveis) alterações de cor. As outras amostras (tanto as do flash filtrado quanto as da “luz de museu”) não mostraram alterações visíveis – os pesquisadores só conseguiram detectar as poucas mudanças usando equipamentos específicos. Embora nada dramáticos, os resultados foram o bastante para deixar curadores em alerta e banir os flashes fotográficos dos museus.
Em seu artigo “Fotógrafos Amadores em Galerias de Arte: Analisando o dano causado por fotografia com flash”, Martin H. Evans investigou a suposição e concluiu: flashes podem causar alterações, sim, porém insignificantes – e similares àquelas provocadas pela própria iluminação do museu. 


Evans diz que o dano à arte depende não só da intensidade do flash, mas da duração. No experimento, o milhão de flashes foi disparado de strobos montados próximos aos pigmentos. No mundo real, pequenos flashes embutidos, disparados à distância do objeto teriam que ser bilhões para terem o mesmo efeito sutil. Se o problema não era o flash, então o que ocorre?




Eles mesmos se convenceram dessa crença, baseado em conversas entre eles mesmos sobre o assunto. Evans aponta a ironia desse discurso, “Curadores proíbem fotografias de coisas como relíquias faraônicas egípcias que foram expostas a raios UV intensos do Sol do deserto por mais de três mil anos.”

Por : Letícia Oliveira 

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