As estações do ano têm uma influência forte nas nossas vidas: elas
afetam nossas atividades, nossa alimentação, as roupas, e até o nosso
humor. No dia 21 de junho passamos por mais uma mudança: o inverno
começou no hemisfério sul, e o verão começa no hemisfério norte. Mas o
que causa a mudança das estações?
Antigamente, a capacidade de prever as estações de acordo com os
pontos do sol durante o ano era uma peça-chave para a sobrevivência. As
culturas babilônicas, maias e várias outras desenvolveram complexos
sistemas para monitorar as mudanças sazonais. Mesmo assim, demorou
séculos para descobrirmos a ciência por trás das estações. Nicolau
Copérnico (1473-1543) mudou radicalmente os conhecimentos da astronomia
quando sugeriu que o sol, e não a Terra, era o centro do sistema solar.
Isso levou a uma nova noção sobre o relacionamento entre a Terra e o
sol.
Agora sabemos que a Terra tem uma órbita elíptica e gira em um eixo
sobre si mesma, com diferentes graus de inclinação. Isso faz com que
diferentes hemisférios sejam expostos a diferentes quantidades de sol
durante o ano. Como o sol é nossa fonte de luz, energia e calor, a
diferença na intensidade e concentração dos raios faz com que ocorram o
inverno, a primavera, o verão e o outono.
Solstício e equinócio
As estações são marcadas por solstícios e equinócios – termos
astronômicos que tratam da inclinação da Terra em relação ao sol. Os
solstícios marcam o momento em que os pólos estão inclinados ao máximo,
um ficando muito próximo e o outro muito longe da luz do sol. É durante o
solstício que a diferença de duração entre o dia e a noite é maior. Os
solstícios acontecem todo ano no dia 20 ou 21 de junho e 21 ou 22 de
dezembro, marcando o começo do inverno e do verão. Este ano o solstício
de junho aconteceu exatamente às 3:45 (horário de Brasília) do dia 21.
O equinócio vernal e outonal marcam o começo da primavera e do
outono, respectivamente. Nessa época do ano o sol aparece diretamente
sobre a Linha do Equador, e a duração do dia e noite são praticamente
iguais em todo o planeta. No dia 20 ou 21 de março de todo ano o
hemisfério sul começa a sentir o frio, enquanto o equinócio outonal
ocorre, e no hemisfério norte acontece o começo da primavera.
O outro equinócio acontece no dia 22 ou 23 de setembro, quando o
friozinho do inverno começa a dar lugar ao calor no hemisfério sul e o
frio começa a se instalar no norte. Todos os anos existe alguma variação
na data do equinócio e do solstício, devido às mudanças de inclinação
da Terra.
Efeitos no clima
As mudanças de estação afetam o clima porque, enquanto durante o
solstício de junho o pólo norte está virado em direção ao sol e o
hemisfério norte está começando a sentir o verão, a densidade dos raios
solares é maior, pois estão mais concentrados em uma superfície menor.
Os dias também se tornam mais longos, o que faz com que mais radiação
seja absorvida no norte – e o pólo fica mais próximo ao sol, o que faz
com que a radiação viaje menos até chegar à Terra.
Ao mesmo tempo em que tudo isso acontece, o pólo sul está inclinado
para longe do sol, e o hemisfério sul começa a sentir o frio do inverno.
Os raios do sol têm que se espalhar por uma área maior e devem viajar
mais dentro da atmosfera até atingir o hemisfério sul. Os dias também
são mais curtos, fazendo com que o local receba ainda menos raios de
sol. Essa situação muda em dezembro, quando os climas dos hemisférios
trocam de posição.
Embora o solstício represente o auge do verão ou do inverno em
relação aos raios do sol, isso não significa que seja o dia mais quente
ou mais frio do ano. Isso porque a temperatura depende não apenas da
quantidade de calor que a atmosfera recebe, mas também do calor que é
perdido na absorção do calor na terra e no oceano. Somente quando o solo
e os oceanos absorveram calor bastante para atingir um equilíbrio com a
temperatura externa que temos os dias mais frios ou mais quentes do
ano.
Por: Brena Êmilla
Fonte: http://hypescience.com/razoes-cientificas-para-as-estacoes-do-ano/